terça-feira, 23 de junho de 2009

DOENÇAS DO MERGULHO




Os ambientes pressurizados podem causar vários tipos de doenças.


Barotraumas



É a causa mais freqüente de acidentes e de desqualificação para o mergulho e para o trabalho em ambientes pressurizados. São causados por obstruções à livre movimentação do ar nos espaços aéreos do organismo, particularmente nas cavidades aéreas cranianas*. Podem levar à lesões graves, permanentes e incapacitantes.








Embolia Traumática Pelo Ar



É a patologia mais grave e de evolução mais reservada que pode acometer mergulhadores.Pode evoluir muito rapidamente para déficits neurológicos, motores ou intelectuais importantes e permanentes ou para o óbito.Exige tratamento agressivo (recompressão) o mais rápido possível.Pode se apresentar de forma indistinguível da Doença Descompressiva tipo II (forma neurológica central).




Doenças Descompressivas



São as mais freqüentes nas atividades de mergulho e em trabalhos em ambientes pressurizados. Podem se apresentar basicamente em duas formas:
Tipo I: manifestações dolorosas articulares associadas à impotência funcional ou manifestações dermatológicas como prurido, eritema, etc., entre outros sintomas periféricos.





Tipo II: manifestações cárdio-pulmonares como tosse intensa, dispnéia, arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio e parada cárdio-respiratória; ou manifestações neurológicas, periféricas ou centrais, que podem ir de distúrbios de comportamento e sonolência à hemiparesia, hemiplegia, paraplegia, incontinência urinária e fecal e ao coma superficial ou profundo.
Na realidade há uma grande quantidade de sinais e sintomas documentados, decorrentes de doenças descompressivas. A Embolia Traumática pelo Ar (ETA) e as Doenças Descompressivas formam o grupo cujo tratamento básico é a recompressão terapêutica, através de protocolos especiais conhecidos como tabelas de tratamento.

Narcose Pelo Nitrogênio



Uma ocorrência freqüente que faz parte da história e do folclore do mergulho.Teoricamente, pode ser prevista pela equação de Meyer-Overton, desenvolvida em 1899 e que estima a potência narcótica de um gás inerte, em decorrência de sua taxa de solubilidade óleo/água. Em geral, à partir de 6 atmosferas, ou seja 50 metros de profundidade, o nitrogênio exerce um efeito narcótico, produzindo a "embriaguez das profundidades", tornando o mergulho potencialmente letal devido à desorientação e perda da capacidade de reação lógica e de julgamento que provoca.

Síndrome Neurológica das Altas Pressões (SNAP)


É um fenômeno atribuído tanto à um efeito direto das altas pressões hidrostáticas quanto à ventilação (respiração) do gás hélio sob altas pressões, como ocorre no mergulho à grandes profundidades. Este tipo de mergulho é definido como mergulho de saturação e se realiza à partir de 50 metros em diante, quando, devido ao efeito narcótico do nitrogênio, já referido, os mergulhadores respiram uma mistura de gases composto de hélio e oxigênio chamada, HELIOX. A síndrome se manifesta por sonolência, tonteira, náuseas, e tremores generalizados com descontrole dos movimentos finos. Pode evoluir para convulsões.

É oportuno lembrar que:
A expressão mergulho de saturação se deve ao fato de que, respirando uma mistura de gases por um longo tempo e sob uma pressão progressivamente elevada até um limite pré-determinado, o mergulhador chegará à uma situação na qual a quantidade de gás dissolvido em seu sangue será igual ou estará em equilíbrio com a quantidade também dissolvida em seus tecidos (células). Nesse ponto dizemos que o mergulhador está saturado*.
O gás hélio, sendo menos denso que o ar, produz ao ser respirado, uma vibração diferente das cordas vocais, resultando na folclórica "voz do Pato Donald" do mergulhador.



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